Nascido em Treppo Carnico em 1910, Enrico De Cillia deixou sua cidade natal aos 13 anos para ir para Udine, onde aprendeu os primeiros rudimentos de arte no ateliê do pintor carnês Giovanni Moro. Naqueles anos, ele aprendeu a técnica dos afrescos e, em seguida, colaborou na realização deles em numerosas igrejas Friulianas. Até 1940 exerceu esta profissão, mas ao mesmo tempo cultivou a paixão pela pintura e expôs em algumas exposições udinas e venezianas com pequenas paisagens e naturezas mortas em tons escuros.

Tendo atingido sua maturidade artística após a Segunda Guerra Mundial, concentra-se nos seus trabalhos na área cárstica, razão pela qual se tornou conhecido como o “pintor do Cársico”. As paisagens líricas e evocativas que dominam as suas telas representam o tema principal da vegetação em qualquer estação, ainda que tenha preferido a outonal pelas cores e matizes tendendo a tons sombrios. As suas paisagens são isoladas e solitárias, o homem está ausente: os lugares inacessíveis e poeirentos tornam-se assim uma transfiguração profunda e amarga da existência humana. Posteriormente, sua pintura tenderá cada vez mais aos aspectos estruturais da forma, distanciando-se da pura descrição. Sua pintura é dominada por um traço rápido e quase monocromático, com repentinas explosões de cor, a forma que escolheu para expressar sua visão da natureza como um espelho de suas emoções.

Em 1954 fundou a Galleria del Girasole em Udine, empenhando-se na promoção da arte contemporânea e formando uma coleção própria repleta de obras, cujo núcleo substancial faz parte da sua doação à Galleria D’Arte Moderna “Enrico De Cillia”.